27 de set. de 2007

Tal pai, tal Filho - veja o vídeo nesta crônica

A maior verdade que eu conheço é de que onde há vida, há morte. Em vida, há uma outra certeza universal: nós somos a imagem e o comportamento de nossa própria história. Na condição de seres-vivos nos tornamos semelhantes aos nossos geradores, assim como um cão. O cachorro preto e o branco cruzam. Têm filhotes pretos, brancos, cinzas, malhados e afins. Até meio marrons, caso um avô ou um bisavô semeie geneticamente tal tom. Como seres humanos, além das orelhas de abano, dos olhos azuis e de gestos parecidos, temos outras heranças não apenas de DNA. Espelhamos o comportamento, as atitudes e as ações de quem nos cria e nos educa. Geralmente são os pais e os professores, também outros mestres das ruas. Mas resta a dúvida: o quê realmente é nosso, é meu, faz parte de mim ou o quê é minha exclusividade?
As necessidades físicas nos impõem prazeres básicos como comer e dormir. É automático. Mas nem tudo é tão simples assim. A maior busca das nossas vidas é a felicidade. Um objetivo claro, embora de caminho complexo. Eis o mistério que ronda o comportamento humano. E a base de tudo está à educação. Uma boa formação no lar, com as mínimas condições de moradia, alimentação, já é uma estrada segura. Mas devemos estar calçados em bons exemplos dentro de casa para formarmos nossa personalidade. Seja o pai, a mãe, os dois, um tio, um avô - existe uma imagem a ser seguida. E bem abrigados na escola, com bons professores, estrutura, livros e idéias, teremos um trilho vertical para o sucesso. Esta base garante boa parte de uma feliz viagem ao longo dos dias, dos meses e dos anos de nossas vidas.
O vídeo produzido pelo Child Friendly Australian mostra de forma explícita tal pai, tal filho. Nos remete a reflexão de que devemos ser pais não apenas na palavra e no afeto, mas no exemplo. Somos professores diários de nossos filhos e alunos permanentes de nós mesmos. Tome um banho e experimente olhar os próprios olhos no espelho. Esteja nu, despido também das influências do trabalho, das ruas, das obrigações.

Tente mergulhar no seu comportamento e descubra quem é você. Volte no tempo, na história de olhar fixo em si mesmo. Vai enxergar o pai, a mãe, um irmão, o melhor amigo, o chefe, o ídolo, a vizinha e o mendigo. Faça uma radiografia da própria personalidade e, talvez, terá uma grata surpresa. Ou não. A dúvida do indivíduo sobre si é o maior drama. Desvendá-la é a nossa meta. Para sermos felizes não podemos fechar os olhos, digo, cara-a-cara com a gente. A nossa missão é sermos melhores que nossos pais e professores e, acima de tudo, termos a capacidade de preparamos nossos filhos. O berço é a chave do caminho para abrirmos a porta da felicidade. Disso eu não tenho dúvida.