17 de mai. de 2008

Pé na Tábua - Ficar parado é o fim

Não estou fazendo campanha para que as pessoas corram feito loucas por aí. Jamais. Devagar e sempre respeitando as leis de trânsito. Apenas recuperei um texto que escrevi em 18 de novembro passado para reforçar minha contrariedade com os e-mails que todos nós internautas temos recebido.
Eis o texto:
18 de novembro
Pé na Tábua
Tenho recebido diversos e-mails de amigos, parentes, ou de encaminhados - aqueles que são repassados como numa rebatida de tênis. Muitos deles são iguais. E confesso que estou de saco cheio deles. São textos com piadas sobre o fracasso do Lula, do Bush, ou de frases ou idéias lindas de como viver melhor. Em resumo, idiotices óbvias do que é bom ou do que é ruim. Mas em nenhum deles vi alguém entre os remetentes, inclusive aquele primeiro remetente na série de enc: (s), falar de si.
É muito fácil generalizar as falsidades, as incompetências dos líderes, do mundo, e idolatrar Jesus, poetas e grandes pensadores. É extremamente difícil reconhecer os nossos erros ou divulgar o quê estamos fazendo para melhorar o mundo, ajudar as pessoas, praticar o bem.
Sinceramente, como cidadão e não como jornalista, eu passei me preocupar menos com o quê o Bush tá fazendo de errado, o quê o Lula fez de errado, ou o quê Deus poderá fazer por mim. Me mantenho informado, lamento os fatos ruins e vibro com as boas coisas que vejo, leio e ouço por aí. Mas não perco mais o meu tempo com estas preocupações. Elas não são tão influentes assim na minha vida como imaginava.
Minha religião não é crer em Deus, mas crer no lado bom que existe dentro de mim e na compaixão que pretendo ter a cada dia com muito esforço. A minha política é eleger minha família, meus amigos e as pessoas boas como prioridade no meu mundo, com dedicação ao lar, ao trabalho, a diversão e ao desenvolvimento da minha rua, do meu bairro, da minha cidade. E quando não concordo com alguma coisa prefiro falar pessoalmente, ou protestar na justiça, ou unir grupos para que as coisas melhorem.
É fácil encaminhar e-mails cheios de críticas a quem não está ao nosso alcance ou de bons exemplos que não praticamos no dia-a-dia. Prefiro transitar numa estrada diferente cheia de curvas, descidas e subidas, clareiras e tempestades. Não faço do meu e-mail a sombra de uma árvore à beira de uma estrada cheia de bifurcações e diversos caminhos. Prefiro escolher uma direção nesta estrada e meter o pé na tábua. A árvore é que vai mudar a cada estação se eu ficar ali parado olhando para ela.
Não. É melhor deixá-la e seguir por caminhos nunca antes transitados e levar comigo o maior número possível de pessoas bem intencionadas. E que os erros dos outros jamais sejam motivo para eu justificar a minha mediocridade. E que a virtude dos outros também não seja um exemplo apenas para eu encaminhar por mensagem via internet. Pé na tábua!